A Polícia Civil de Rondônia informou que o segurança Márcio Renê dos Santos da Silva, suspeito de matar o adolescente João Vitor de Jesus Soares, de 15 anos, não possuía autorização de porte de arma e estava com o curso de vigilante vencido no momento do crime. O caso, que gerou grande comoção na cidade, aconteceu durante uma festa agropecuária na madrugada do último sábado (10).
De acordo com as investigações, uma confusão generalizada teve início dentro do parque de exposições onde o evento era realizado. Ao fim da festa, já do lado de fora do local, o segurança efetuou vários disparos com uma arma de fogo em direção à multidão. Um dos tiros atingiu João Vitor, que segundo testemunhas, não participava da briga e apenas observava a movimentação do outro lado da rua.
O jovem chegou a ser socorrido por populares até o hospital, mas não resistiu ao ferimento. Um laudo médico confirmou que o disparo atingiu a região torácica, provocando a morte.
Segundo o delegado Nikki Locatteli, o segurança detinha o registro da arma, uma pistola calibre .38, porém não possuía porte para utilizá-la em público, o que torna o uso irregular. Além disso, o curso de vigilante estava vencido, o que compromete ainda mais sua atuação profissional naquele evento.
Márcio Renê se apresentou à delegacia no mesmo dia do crime, acompanhado de advogados, e foi liberado após prestar depoimento. No entanto, horas depois, foi preso preventivamente por decisão judicial, que considerou sua liberdade um “risco à ordem pública”. A Justiça também destacou a necessidade de garantir segurança às testemunhas, algumas das quais ainda prestarão depoimento.
A arma utilizada, junto com o carregador e munições, foi apreendida pela Polícia Civil, que segue investigando o caso. Até o momento, quatro testemunhas foram ouvidas, e outras ainda serão convocadas. Após a conclusão das diligências, a denúncia será encaminhada ao Ministério Público de Rondônia.
A morte do adolescente gerou revolta e pedidos por justiça por parte da população de Ouro Preto do Oeste, que cobra mais rigor na fiscalização da atuação de seguranças em eventos públicos.
VÍDEO