247 – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciará nos próximos dias uma série de medidas para atrair pesquisadores e cientistas que estejam sendo impactados pelas ações do governo Donald Trump nos Estados Unidos. A ofensiva brasileira ocorre em meio a uma escalada de ataques do presidente norte-americano contra centros de pesquisa, universidades e projetos científicos.
Em entrevista ao colunista Jamil Chade, do UOL, neste sábado (24), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o pacote brasileiro será estruturado em três eixos principais:
- Vacinas e tecnologia mRNA: O governo antecipará investimentos em plataformas de pesquisa com foco na tecnologia mRNA – a mesma que foi central no desenvolvimento das vacinas contra a covid-19. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan receberão recursos para expandir laboratórios e atrair especialistas do setor, especialmente os que estão sendo desligados nos EUA após cortes nos centros de pesquisa.
- Facilitação da pesquisa clínica no Brasil: Com a regulamentação do novo marco legal das pesquisas clínicas, sancionado por Lula em 2024, o país busca agilizar e flexibilizar processos de aprovação e execução de estudos científicos. A ideia é criar um ambiente mais atrativo para pesquisadores que buscam estabilidade institucional, apoio financeiro e liberdade acadêmica.
- Novo edital de fomento e cooperação internacional: O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lançará um edital específico para brasileiros que queiram retornar ao país ou colaborar à distância. A proposta contempla financiamento, bolsas e parcerias com a indústria farmacêutica nacional.
De acordo com o ministro, desde 2023, cerca de 2.500 cientistas já passaram a utilizar mecanismos criados pelo governo para fomento à pesquisa. A nova medida ampliará esse esforço, com foco específico nos Estados Unidos.
Trump x Ciência
Desde que retomou o poder em 2025, Trump suspendeu bilhões de dólares em repasses para pesquisas, revogou vistos de cientistas estrangeiros e passou a ameaçar universidades públicas e privadas. Harvard, uma das principais instituições acadêmicas do mundo, teve o credenciamento para estudantes internacionais revogado e entrou na Justiça contra o governo, denunciando retaliações políticas e ataques à liberdade acadêmica.
Diante desse cenário, a União Europeia lançou recentemente um fundo de 500 milhões de euros para atrair pesquisadores afetados. O Brasil, agora, segue estratégia semelhante.
Fonte: msn