Três dirigentes norte-coreanos foram presos após um acidente ocorrido durante a cerimônia de lançamento de um novo navio de guerra na cidade portuária de Chongjin, na última quarta-feira (22). A informação foi divulgada pela agência estatal KCNA, neste sábado (25).
Foram detidos Kang Jong Chol, engenheiro-chefe do estaleiro de Chongjin; Han Kyong Hak, responsável pela construção do casco da embarcação; e Kim Yong Hak, vice-diretor administrativo do projeto. A medida foi tomada no contexto de uma investigação oficial sobre o incidente.
O líder norte-coreano Kim Jong-un, que participou do evento, classificou o ocorrido como um “ato criminoso”, segundo a KCNA.
Inicialmente, suspeitava-se de uma possível rachadura no casco do contratorpedeiro de cinco mil toneladas, mas uma inspeção mais detalhada descartou a hipótese. No entanto, foi constatado que a lateral direita do navio sofreu arranhões e que uma pequena quantidade de água do mar entrou pela saída de emergência na parte traseira.
Apesar dos danos, as autoridades garantem que a situação está sob controle. “Não foram encontrados outros problemas na embarcação, e os trabalhos de recuperação seguem conforme o planejado”, afirmou a KCNA.
Segundo serviços de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, a embarcação teria enfrentado uma falha na tentativa de lançamento lateral. Imagens de satélite mostram o navio tombado na água, com grande parte do casco submerso e coberto por lonas azuis.
O diretor do estaleiro, Hong Kil-ho, foi convocado por uma comissão militar para prestar esclarecimentos.
Especialistas norte-coreanos calculam que será necessário de dois a três dias para remover a água do compartimento inundado e restaurar o equilíbrio da embarcação. A reparação total do casco pode levar até dez dias.
Embora o nome do navio não tenha sido confirmado oficialmente, acredita-se que se trate do “Choe Hyon”, contratorpedeiro de cinco mil toneladas apresentado por Pyongyang em abril deste ano. Na época, o governo divulgou imagens de Kim Jong-un ao lado da filha, Kim Ju-ae, durante a cerimônia de inauguração — o que reacendeu especulações de que ela pode estar sendo preparada como sucessora.
A Coreia do Norte afirmou que o navio está equipado com “as armas mais poderosas” e entraria em operação no início de 2026. Há suspeitas de que o Choe Hyon possa carregar mísseis nucleares táticos de curto alcance, embora ainda não haja comprovação técnica de que o regime tenha desenvolvido esse tipo de armamento.
Fonte: msn