O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak será o novo primeiro-ministro do Reino Unido, após sua única adversária, Penny Mordaunt, anunciar que desistiu da disputa. Ele vai se tornar a terceira pessoa a assumir o cargo em menos de dois meses, e terá como principal tarefa a recuperação da estabilidade econômica e política do país.
Em seu primeiro pronunciamento público, Sunak agradeceu aos conservadores por terem o escolhido. “É o maior privilégio da minha vida poder servir o partido que eu amo e retribuir ao país ao qual devo tanto. O Reino Unido é um grande país, mas não há dúvida, enfrentamos um profundo desafio econômico”, declarou, em curto pronunciamento na sede do partido. “Precisamos de estabilidade e unidade, e farei da união do partido e do país a minha maior prioridade”.
O porta-voz do gabinete do primeiro-ministro confirmou que ele não será empossado hoje.
O parlamentar de 42 anos vai herdar o cargo de Liz Truss, que ocupou a posição por menos de 45 dias e renunciou após um pacote fiscal controverso causar agitação nos mercados. Rishi Sunak nasceu no Reino Unido, mas é filho de imigrantes indianos, e será a primeira pessoa não-branca a assumir a chefia do governo britânico.
Multimilionário e ex-executivo do setor bancário, o novo premiê deve anunciar cortes de gastos para tentar reconstruir a reputação fiscal do Reino Unido, que escorrega para uma recessão, puxada pela disparada dos preços da energia e dos alimentos.
Liz Truss declara apoio
Truss, que renunciou ao cargo de primeira-ministra na última quinta (20), parabenizou Sunak pelas redes sociais.
“Parabéns por ser nomeado como líder do Partido Conservador e nosso próximo primeiro-ministro. Você tem meu apoio completo”, escreveu ela nas redes sociais.
Ela assumiu a posição após a renúncia de Boris Johnson, em julho deste ano, e permaneceu por menos de 45 dias.
Desafios pela frente
Sunak é membro do Parlamento desde 2015 e era o favorito para assumir o cargo. Na eleição do partido que escolheu Liz Truss como premiê, ele foi o segundo colocado.
Ele terá como desafio buscar unidade entre os conservadores, o que não se vê desde o Brexit, e enfrentar a disparada do custo de vida, com a maior alta da inflação dos últimos 42 anos.
Inicialmente, a previsão era a de que o resultado da disputa seria anunciado na próxima sexta-feira (28), mas o partido tem pressa para mostrar uma frente unida ao país.
O futuro da legenda vai depender do desempenho do novo premiê, já que eleições gerais estão previstas, em princípio, para 2024.
A oposição trabalhista defendeu a convocação de novas eleições desde a renúncia de Liz Truss, argumentando que os adversários estão em caos absoluto e que sairiam vencedores se o pleito acontecesse hoje.
*Com Reuters e AFP
UOL online